terça-feira, 13 de agosto de 2013

Easy - Capítulo 6 (Maratona 3/5)

Selena: Você ainda está com seu copo de café?
Eu: Sim?
Selena: Tire a capa
Eu: OMD
Selena: O número de telefone dele?
Eu: Como é que você sabe??
Selena: Eu sou Selena. Eu sei tudo. ;)
Selena: Na verdade, eu só queria saber por que ele escreveu em seu copo, se ele ia fazer a sua bebida.

Se Selena não tivesse me mandado a SMS durante a aula, aquele copo, e o número dele, teriam sido lançados no lixo do corredor.
Então... Joseph não estava escrevendo um pedido desnecessário em meu copo, ele estava me dando o número de seu telefone. Eu o salvei em meu celular, perguntando o que eu deveria fazer com ele. Ligar? Mandar uma SMS?
Eu pensei no que eu sabia sobre ele: ele veio do nada na noite da festa. Depois de por fim ao ataque, alguma característica protetora além o obrigou a me ver com segurança, de volta ao dormitório. Ele de alguma forma sabia o meu nome naquela noite, meu apelido, mas eu nunca o tinha notado antes.
Ele sentava-se na fileira de trás em Economia, desenhando ou olhando para mim em vez de prestar atenção à aula. Sábado à noite, o toque firme de suas mãos quando nós dançamos fez minha cabeça nadar, antes que ele desaparecesse sem explicação. Ele me despiu com os olhos, Selena disse, no meio da Starbucks, onde ele trabalhava. Ele era arrogante e autoconfiante. Tatuado e quente demais para palavras. Ele parecia e agia como o Bad Boy que Selena e Maggie acreditavam que ele fosse.
E agora, seu número estava programado no meu celular. Era como se ele soubesse tudo sobre a Operação Fase Bad Boy, e ele estava tão disposto e ansioso para preencher esse papel como minhas amigas acreditavam que ele estaria.
Mas eu não o conhecia. Eu não sabia o que ele pensava de mim. Se ele pensava em mim. A garota que falou com ele depois da aula, na semana passada, o queria. No clube, as garotas tinham abertamente olhado quando ele passou, algumas delas se viraram em sua trilha para avaliá-lo ainda mais. Ele poderia ter dançado com qualquer uma delas, provavelmente ido para casa com a maioria delas. Por que eu?

***

Jace,
Anexei um esboço do meu trabalho de pesquisa. Se você tiver uma chance, pode verificar se não está muito amplo, ou muito focado? Eu não tenho certeza quantas economias fora dos EUA devo incluir. Além disso, a curva-J é um pouco confusa. Eu sei que só podemos vê-la depois de ocorrido o fato, mas a economia não é baseada na previsão, como o tempo? Quer dizer, quem se importa se nós só podemos ver o que aconteceu após o fato – se o cara do tempo não pode prever o que vai acontecer amanhã, ele provavelmente vai ser demitido, certo?
Eu fiz as planilhas, também. Desculpe, eu estou mandando um monte de coisas para você de uma só vez, e numa segunda-feira. Eu deveria ter enviado mais cedo, mas eu saí com alguns amigos no sábado e não terminei de fazê-las.
DL

Demetria,
Sem problemas. Estou seja trabalhando, estudando ou em sala de aula praticamente todas as horas em que estou acordado. Eu dificilmente notaria que dia é hoje. Espero que tenha gostado de sua noite fora. Eu sei que eu disse inicialmente eu não precisava de detalhes de sua separação (se foi rude, eu não quis dizer isso dessa maneira); deve ter sido ruim para fazer você abandonar a turma por duas semanas. Posso dizer que fugir é atípico para você.
Anexei um artigo do Jornal Wall Street que explica a curva-J melhor do que o texto. Você está absolutamente certa, sem a capacidade de prever, a economia não é economia, é história. E quando a história tem o seu lugar nas probabilidades previsíveis de Economia e Meteorologia (analogia inteligente, a propósito), é pouco útil se você precisa saber se deve ou não investir em moeda estrangeira ou trazer o seu guarda-chuva para a escola.
JM

Eu olhava para o e-mail, tentando não comparar Jace e Joseph. Eles pareciam tão opostos como a noite e o dia, mas eu só conhecia metade de cada um deles. Eu não sabia muito sobre Joseph além de seus olhares marcantes e sua capacidade de dar uma surra alguém. Durante História da Arte, eu encontrei-me perguntando o que teria acontecido naquela interação com Buck, se Joseph estivesse comigo. Gostaria de saber se Buck teria coragem de me olhar assim. Para dizer o que ele disse: — Parece linda. — O pensamento dos olhos frios de Buck me examinando fez meu estômago revirar.
Sentindo-me superficial para me importar, eu especulei novamente como Jace poderia se parecer, e qual o impacto que isso poderia ter sobre o que eu achava dele.
Seus elogios me fizeram olhar para o meu notebook e sorrir. Ele disse que meu ex era um idiota, e agora ele parecia estar interessado na nossa separação. Em mim. Isso, ou eu estava lendo muito nas entrelinhas.

Jace,
Estávamos juntos há quase três anos. Eu nunca imaginei que aconteceria. Segui-o aqui para a faculdade, em vez de tentar uma escola de artes. Meu professor de orquestra quase teve um derrame quando eu disse a ele. Ele me implorou para fazer uma audição no Oberlin ou Julliard, mas não o fiz. Não posso culpar ninguém além de mim. Eu confiei o meu futuro ao meu namorado da escola, como uma idiota. Agora eu estou presa em algum lugar em que eu não deveria estar. Eu não sei se eu acreditava muito nele, ou pouco em mim. De qualquer maneira, bem estupidamente imbecil, né? Então essa é minha pequena história chorosa.
Obrigada pelo artigo.
DL

Demetria,
Não é estúpido. Excessivamente confiante, talvez, mas que reflete na falta de confiabilidade dele, não em sua inteligência. Quanto a estar em algum lugar que você não deveria, talvez você esteja aqui por uma razão, ou não haja razão. Como cientista, eu me inclino para o último. De qualquer maneira, você se livrou de uma. Você tomou uma decisão, agora você tem que tirar o máximo dela. Isso é tudo que você pode fazer, certo? Aproveitando, eu estarei fora para estudar para um teste de mecânica estatística. Quem sabe, talvez eu seja capaz de provar cientificamente que seu ex não é digno de você, e você está exatamente onde deveria estar.
JM

***

Quando Selena entrou pela porta, eu estava meio dormindo e cercada por verbos conjugados em Espanhol, impressos em cartões coloridos. Peguei a maioria deles pouco antes dela saltar para a borda da minha cama.
— Então? Você ligou ou mandou uma SMS para ele? Você usou o material que nós revisamos? O que ele disse?
Eu suspirei.
— Nenhum dos dois.
Ela se deitou na cama, jogando os braços dramaticamente enquanto eu pegava os cartões antes dela amassá-los.
— Você se acovardou!
Eu olhei para as cartas na minha mão. Yo habré, tú habrás, él habra, nosotros habremos... — É, talvez.
— Hmm... Você sabe, isso é até melhor. Não ligue. Faça-o correr atrás de você. — Ela riu da minha testa franzida. — Caras como Nick são muito mais fáceis. Inferno, eu poderia dizer a ele para me perseguir e ele o faria.
Nós rimos com a imagem que ela produziu, porque provavelmente era verdade. Eu pensei em Kennedy. No tipo de cara que ele era. Ele me perseguiu no início, mas ele não teve que tentar muito para me pegar. Eu era totalmente louca por ele, arrastada em seus sonhos e planos, porque ele me fez parte deles. Até algumas semanas atrás.
— Ah, merda, D! Eu sei o que você está fazendo. Não pense nele. Eu vou fazer um chocolate. Volte para... — Ela sentou-se, pegando um cartão que eu não tinha agarrado rápido o suficiente. — Ui, verbos em Espanhol.
Selena encheu as canecas com água da torneira no banheiro e colocou-os no microondas para aquecer. Eu olhei para as cartas borradas na minha mão. Maldito Kennedy! Maldito, maldito! Serviria bem a ele me ver com alguém como Joseph. Alguém tão diferente, mas igualmente quente. Mais ainda, se eu começasse a calcular detalhes.
A Operação Fase Bad Boy estava em prática. Mas eu não liguei para Joseph, ou mandei mensagens para ele. Se Selena estava certa, se ele era um caçador, ele ainda não tinha perseguido o suficiente.
Quando ela me entregou a caneca, eu respirei fundo e sorri. Ela empilhou o meu com marshmallows de nosso pequeno estoque que ambas ocasionalmente atacávamos sem nos preocuparmos em fazer o chocolate.
— Então, se eu não mandar um SMS pra ele, o que é que vem agora?
Ela sorriu e guinchou um pequeno grito triunfante.
— Ele deve estar percebendo a coisa de boa garota que você começou... — Seus olhos se arregalaram. — Demetria, talvez ele tenha percebido você na sala de aula antes da separação. Você trocou de lugar, certo? Tornando-se óbvio que vocês dois terminaram. Isso é perfeito! — Eu estava confusa de novo e ela estava rindo. — Ele já está perseguindo você. Agora tudo que você tem a fazer é continuar correndo. Só não muito rápido.
Eu lambia o chocolate do meu lábio superior.
— Selena, você é perigosa!
Ela sorriu maliciosamente.
— Eu sei!
Quarta-feira, cheguei à sala de aula antes da aula das 08h00min terminar. Assim que a maioria dos estudantes havia entrado pela porta, escorreguei e tomei o meu lugar, determinada a não prestar atenção em Lucas quando ele entrasse. Com esse intuito, eu folheava os meus cartões de estudo, mas eu estava mais do que pronta para arrasar no teste de Espanhol.
Quando Benji deslizou em seu assento à minha esquerda, eu não fiz pausa na minha revisão. Recusei-me a ser distraída de não prestar atenção ao lugar de Joseph, e se ele estava ou não nele.
— Hey, Demetria! — Essa não era a voz de Benji.
Os assentos eram aparafusados ao chão, com mesas de apoio do lado direito. Joseph inclinou-se ligeiramente no lado de Benji, se empurrando muito para dentro do meu espaço. Eu prendi a respiração e me concentrei em deixá-la sair, não parecendo afetada.
— Oh, hey!
Ele mordeu o lábio inferior uma vez, rapidamente.
— Eu acho que você não percebeu o número de telefone em seu copo de café.
Olhei para o meu telefone, colocado na beira do meu livro.
— Eu percebi. — Eu vi a sua reação, sabendo que eu estava praticamente dizendo a ele para me perseguir.
Ele sorriu, seus olhos claros enrugando ligeiramente nos cantos, e eu tentei não desmaiar visivelmente.
— Eu vejo. A recíproca é jogo limpo. Que tal me dar o seu?
Eu arqueei uma sobrancelha para ele.
— Por quê? Você precisa de ajuda em Economia?
Ele mordeu o lábio de verdade dessa vez, sufocando uma risada.
— Dificilmente. O que faz você pensar isso?
Eu fiz uma careta. Eu poderia estar atraída por um cara que se importava tão pouco em ir bem na aula?
— Eu acho que não é da minha conta.
Ele apoiou o queixo na palma da sua mão. As pontas de seus dedos estavam tingidas de cinza, provavelmente por desenhar com o lápis que estava sobre sua orelha.
— Eu aprecio sua preocupação, mas eu quero o seu número por motivos completamente alheios à Economia.
Eu peguei meu telefone, encontrei o seu número e lhe enviei um SMS que dizia: Oi.
— Cara, você está no meu lugar. — O tom de Benji foi inimaginável, mas tranquilo.
O telefone de Joseph vibrou em sua mão e ele sorriu quando o meu SMS apareceu, dando-lhe o meu número.
— Obrigado! — Ele saiu da cadeira e se dirigiu Benji. — Desculpe, cara!
— Sem problemas.
Benji era uma das pessoas mais calmas que eu já conheci. Sua atitude dizia preguiçoso, mas eu tinha conseguido dar uma olhada em seu exame bimestral um olhar para o exame parcial comprimido em seu caderno, ele tirou um B alto, e por toda sua conversa sobre matar aula e dormir, ele ainda tinha errado um.
Depois que Joseph caminhou satisfeito de volta ao seu lugar, Benji se inclinou sobre a borda de sua carteira, mais perto ainda do que Joseph.
— Então, o que foi aquilo? — Suas sobrancelhas subiram e desceram e eu tentei não rir.
— Eu tenho certeza de que eu não sei o que você quer dizer. — Eu respondi, batendo meus cílios em minha melhor representação de charme feminino.
— Cuidado, jovem senhora! — Ele falou lentamente. — Aquele rapaz parece um pouco perigoso. — Ele deu uma longa revirada em seus olhos, sorrindo. — Não que haja algo de errado com um pouco de perigo.
Meus lábios se comprimiram em um meio sorriso.
— Verdade.
Dei os parabéns a mim mesma por dar uma única espiada sobre meu ombro, no meio da aula de 50 minutos. Joseph não estava olhando para mim, então eu não podia deixar de olhar. Lápis na mão, ele estava desenhando atentamente, sombreando primeiro e, então, cuidadosamente esfumaçando com o polegar. Seu cabelo escuro caiu em torno de seu rosto enquanto ele se concentrava em seu trabalho, a palestra e a sala de aula desconsiderada como se ele estivesse sozinho em seu quarto. Imaginei-o sentado em sua cama, com os joelhos para cima, uma almofada equilibrada em suas coxas. Eu me perguntava o que ele estava desenhando. Ou quem.
Ele olhou para cima e pegou meu olhar. Eu o sustentei.
Sua boca se puxou em um fantasma de sorriso e ele esticou o pescoço e rolou seus ombros, devolvendo meu olhar. Olhando para o caderno, ele bateu o final de seu lápis contra ele e se esparramou em sua cadeira, seus cílios se abanando enquanto ele examinava seu trabalho.
Dr. Heller terminou o gráfico que ele estava desenhando à mão livre no quadro, e a explicação foi retomada. Joseph colocou o lápis sobre sua orelha e pegou uma caneta. Antes de passar sua atenção para o nosso professor, ele sorriu para mim de novo, e um choque de excitação passou por mim.
No final da aula, uma garota diferente do que a da semana passada o interceptou em seu caminho para fora da porta, e eu fugi sem olhar para trás. Minha adrenalina reclamou, meu corpo sentiu a minha necessidade de escapar e deu asas a isso. Olhando por cima do meu ombro, eu mergulhei pela saída lateral e fui mais devagar, sentindo-me tola. Selena e Maggie insistiram que eu deveria escapar de seu alcance por mais alguns dias, e fazê-lo me perseguir, mas ele não estava indo literalmente começar a perseguição.
Eu mandei uma SMS para Selena que eu estaria pegando café na porcaria da lanchonete antes da minha aula da tarde em vez de ir à Starbucks. Ela mandou uma SMS de volta: GÊNIO. Eu te encontro lá. Irmãs na solidariedade e toda essa merda.

***

Até o final de História da Arte, eu estava começando a duvidar da noção de Selena que Joseph queria jogar este jogo. Talvez ele não fosse um cão. Ou eu não fosse um gato. Ou eu fosse realmente ruim nisso. Eu suspirei, socando o meu telefone na minha bolsa. Eu o olhei para verificar as mensagens pelo menos 30 vezes durante a aula.
Eu sempre menosprezei os jogos que as pessoas jogavam na busca pelo amor, ou pelo próximo caso. A coisa toda era uma competição para ver quem conseguia ir mais longe, e eu nunca pude descobrir se havia mais sorte ou habilidade envolvida, ou alguma misteriosa combinação dos dois. As pessoas raramente diziam o que pensavam, ou revelavam como se sentiam. Ninguém era honesto.
Fácil para eu dizer, do alto do meu cavalo em meu perfeito relacionamento com Kennedy. Selena tinha me dito isso meses atrás, quando eu disse que ela estava sendo ridícula sobre um cara, conspirando para decifrar o que ele queria de uma garota antes de sistematicamente quebrar suas defesas. Eu tinha que admitir que ela estava certa. Eu não tinha ideia de como era ser uma jovem adulta e solteira, então eu não tinha o direito de julgar.
Até agora.
Esta angústia era um absurdo, mas eu não conseguia me livrar dela. Ele olhou para mim na sala de aula. Eu me sentia confiante quando eu deixei a aula de Economia, e miserável agora. Por quê?
Por que ele não tinha empurrado a ruiva de seu caminho no final de Economia para vir atrás de mim? Por que ele não tinha me mandado um SMS em algum ponto durante as quase três horas e meia desde que eu o tinha visto? Isso nem mesmo fazia sentido.
No momento em que eu estava aquecendo sopa no microondas para o jantar, eu me resignei por ter falhado em manter o interesse de Joseph. Eu tirei a garota bonita que tinha corrido para ele no final da aula da minha cabeça, quando eu comecei a imaginá-lo deixando a turma segurando a mão dela, ou mais.
— Cretino! — Eu murmurei comigo mesma.
No final da minha cama, o meu notebook soou um alerta de e-mail, e uma vibração em resposta veio do meu estômago. Não era provavelmente nada, um aviso sobre vacinas contra a gripe do centro de saúde ou outra nota de um dos meus velhos amigos de escola, que estavam todos, tão devastados que Kennedy e eu tínhamos terminado (o que todos eles descobriram quando ele mudou de seu status de relacionamento no Facebook — vinte minutos depois que ele tinha rompido comigo).
Eu desativei minha conta imediatamente, e ainda tinha de reativá-la. A ideia de ver suas atualizações de status levianas e ter fotos dele aparecendo em meu mural era desmoralizante. Mesmo se eu o ocultasse, conhecíamos muitas das mesmas pessoas. Não haveria como esconder suas atividades completamente. Comecei recebendo e-mails simpáticos e condescendentes e mensagens no dia seguinte, então eu ficava justificadamente apreensiva sempre que eu checava minha caixa de entrada.
Encolhendo-me, eu puxei-o para cima... E sorri.

Demetria,
Você conseguirá ir à sessão de amanhã (quinta-feira)? No caso de você não ir, eu anexei a planilha que estou planejando detalhar. É uma coisa nova e diferente e você não precisa estar completamente recuperada para fazê-la.
(Falando nisso, você deve estar com toda a matéria recuperada dentro de uma semana, mais ou menos.)
JM
PS - Eu estive pensando sobre como isso prova que eu falava da última vez, que você está onde deveria estar. E ocorreu-me, você pode provar que você estaria melhor em outro lugar? Se você tivesse deixado o estado, o seu relacionamento teria terminado ainda assim. Talvez você tivesse até culpando a si mesma, sem saber que estava condenada por causa dele, de qualquer maneira. Em vez disso, você está aqui. Você foi chutada, ignorou suas aulas e conheceu o melhor tutor de Economia da faculdade! Quem sabe, talvez eu vá fazer você se apaixonar por Economia. (Qual é o seu curso, a propósito?)

Jace,
Eu estou estudando educação musical. Eu odeio o ditado: — Quem pode, faz, quem não pode, ensina.
Como tutora, eu sei que é besteira. Até agora. Eu queria fazer. Eu imaginei participar de uma orquestra sinfônica, ou uma banda de jazz progressivo... E em vez disso, eu vou ensinar.
Eu não vou estar em sua sessão, eu tenho aulas com meus garotos do ensino médio amanhã. (Acho que eu seria mais impressionante para eles se eu pudesse peidar as escalas em vez de puxá-las no baixo.)
Desculpe informá-lo, mas eu pretendo conseguir passar nessa matéria e acabar com Economia. Sem reflexos sobre suas habilidades geniais como tutor, eu juro! Obrigada pela planilha. Você é muito gentil!
DL

Demetria,
Se você quer fazer, então faça. O que é que está impedindo você?
Então, eu sou gentil, é? Nunca ouvi isso antes. As pessoas costumam pensar que sou um imbecil pretensioso. Eu devo admitir, eu tendo a encorajar a estimativa. Então, por favor, prometa manter a sua opinião para si mesma. Reputações podem ser arruinadas tão facilmente, você sabe. ;)
JM
PS - Faça a planilha. Antes de sexta-feira. Eu estou te dando um olhar muito sério através desta tela. FAÇA A PLANILHA. Se você tiver problemas com qualquer material, deixe-me saber.

Jace,
O que me impede? Bem, eu estraguei a chance de ir para uma escola de música séria. E eu estou presa em um estado que nem sempre estimula as artes (algo que eu provavelmente vou passar a minha carreira docente inteira lutando). Parece impossível sair agora e fazer. Eu acho que eu deveria repensar isso.
Sua genialidade secreta está segura. Meus lábios estão selados.
DL.
PS - Eu vou FAZER a planilha, mas eu estou te dando um olhar muito petulante pela minha tela. Feitor de escravos. Caramba.

Eu estava sorrindo quando eu cliquei enviar. Talvez eu estivesse jogando um jogo totalmente diferente de perseguição, e Joseph e seu sorriso irritantemente enigmático pudesse sair da minha frente. Selena e Maggie poderiam manter seus conselhos faça-ele-perseguir-você e usá-los elas mesmas, porque, aparentemente, isso era um saco na vida real. Por e-mail, no entanto... A minha expressão feliz deslizou pra longe quando eu percebi a gritante verdade, eu estava flertando com alguém online. Eu não tinha ideia de como ele era, ou que tipo de pessoa ele era.
Isso não era exatamente verdade. Eu sabia exatamente o tipo de pessoa que ele era, mesmo que eu nunca tivesse posto os olhos em cima dele. Ele era gentil. E inteligente. E direto.
É claro que ele não tinha batido num possível estuprador transformando-o numa pasta de sangue para mim. Ou feito minhas entranhas derreterem quando ele colocou as mãos na minha cintura. Ele provavelmente não tinha tatuagens em seus braços ou olhos cinza-azulados glaciais e um olhar que podia me liquefazer.
Às 22h00min, meu telefone vibrou num alerta de SMS.

Joseph: Oi :)
Eu: Oi :)
Joseph: E aí?
Eu: Nada. Lição de casa.
Joseph: Eu queria falar com você depois da aula, mas você desapareceu.
Eu: Eu tinha outra aula logo após. Um desses profs. que para de falar, olha para você e espera até você chegar ao seu assento, se você está atrasado.
Joseph: Eu provavelmente apenas andaria para o meu lugar ainda mais devagar. ;)
Joseph: Você deveria passar pela SB na sexta-feira. É geralmente morto. Americano, por conta da casa?
Eu: Café grátis? Eu não posso perder isso. Eu vou tentar dar uma passada. Quando você trabalha?
Joseph: Toda à tarde. Até 5.
Eu: Ok.
Joseph: Vejo você sexta-feira, Demetria.

Um comentário:

  1. FINALMENTE JOSEPH....
    Ja tava passando da hora...
    Se Joe não foi esse Jace, Joe pode estar tendo um concorrente a altura..
    kkkkkkkkk

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