quinta-feira, 9 de maio de 2013

Chapter 55

Demetria

Acordo às cinco da manhã, com o toque do meu celular. É Miley quem está ligando, provavelmente para me pedir algum conselho sobre Paco...
— Oi, Mi, você sabe que horas são? — digo, sonolenta.
— Ele está morto, Demetria. Ele se foi.
— Quem? — pergunto, apavorada.
— Paco. Não sei se eu deveria ter telefonado, mas você acabaria descobrindo que Joe também estava lá e...
Aperto o celular com força:
— Onde está Joe? Ele está bem? Por favor, diga que sim! Eu imploro, Mi... Por favor!
— Joe foi baleado.
Por um instante, espero ouvir as palavras que mais temo: “Joe está morto.” Mas não é isso que ela diz:
— Ele está sendo operado, no Lakeshore Hospital.
Antes que Mi termine a frase, arranco o pijama e começo a me aprontar para sair. Meus gestos são trêmulos. Pego as chaves e caminho até a porta, ainda ouvindo Miley, que relata o que aconteceu, com todos os detalhes que pôde conseguir.
A transação da droga deu errado. Paco e Hector morreram. Joe foi ferido e, neste momento, está numa sala de cirurgia. Isso é tudo o que Miley sabe.
Desligo o celular e sigo para o hospital.
— Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus — repito, como se rezasse um salmo, ao longo de todo o trajeto.
Depois que me entreguei a Joe, ontem à noite, tive certeza de que ele faria uma escolha, que deixaria a gangue e o tráfico de drogas para ficar comigo.
Joe pôde trair nosso amor... Mas eu não posso. Um soluço me faz estremecer. Desato num choro profundo. Ontem, Paco me garantiu que daria um jeito de Joe não participar daquela transação sinistra... Oh, Deus! Paco foi no lugar dele e acabou morrendo... Pobre e querido Paco!
Tento não pensar na possibilidade de Joe não resistir à cirurgia. Uma parte de mim morreria com ele.
Pergunto à recepcionista do hospital onde posso conseguir informações sobre o estado de Joe.
Ela pede que eu soletre meu nome e começa a digitar, no micro. O som do teclado me deixa louca. Ela está demorando tanto, que tenho vontade de agarrá-la pelos ombros e exigir que se apresse. Por fim, a mulher me olha com curiosidade:
— Você é da família?
— Sim.
— Grau de parentesco?
— Irmã.
A mulher meneia a cabeça, evidentemente incrédula, e então dá de ombros:
— Joseph Fuentes foi internado com um ferimento a bala.
— Mas ele vai ficar bem, não é? — pergunto, chorando.
A mulher volta a digitar.
— Parece que a cirurgia vai durar algumas horas, Srta. Fuentes. A sala de espera fica naquele corredor, à direita. É uma sala cor de laranja... O doutor falará com a senhorita, a respeito do seu irmão, assim que terminar a cirurgia.
— Obrigada.
A mãe de Joe e seus dois irmãos estão na sala de espera, sentados em cadeiras cor de laranja. Ao vê-los, sinto-me congelar.
A mãe é a primeira a notar minha presença. Seus olhos estão vermelhos; lágrimas escorrem por suas faces.
Levo a mão à boca, tentando conter um soluço, mas não consigo. As lágrimas me inundam os olhos... E através delas vejo a Sra. Fuentes abrir seus braços para mim.
Tomada por uma forte emoção, corro a abraçá-la.

As mãos de Joe estremecem. Olho para ele. Estive aqui, sentada, por toda a noite, esperando que ele acordasse. Sua mãe e os dois irmãos também permaneceram a seu lado. O doutor disse que talvez ele levasse horas para recobrar a consciência. Umedeço uma toalha de papel, na pia do banheiro, e pressiono-a contra a testa de Joe. Fiz isso durante a noite, enquanto ele transpirava e se debatia, num sono bastante agitado.
Seus olhos parecem querer se abrir... É como se ele estivesse lutando contra o efeito dos sedativos, para poder enfim acordar.
— Onde estou? — A voz de Joe soa entrecortada.
— No hospital — responde a Sra. Fuentes, erguendo-se da cadeira de um salto.
— Você foi baleado — diz Josh, com a voz carregada de aflição.
Joe franze a testa, confuso:
— Paco... — ele diz, por fim.
— Não pense sobre isso, agora — digo, tentando conter a emoção, sem muito sucesso.
Preciso ser forte, não por mim, mas por Joe... E não vou decepcioná-lo. Ele ensaia um gesto para alcançar a minha mão, mas seu rosto se contrai, numa expressão de dor. Ele desiste.
Tenho tantas coisas para contar a Joe, tanto a dizer! Gostaria de poder mudar o passado. Gostaria de salvar Joe, de salvar Paco de seu destino sombrio.
Ainda muito sonolento e fraco, Joe me pergunta:
— Por que você está aqui?
A Sra. Fuentes acaricia seu braço, tentando confortá-lo.
— Demetria passou toda a noite ao seu lado, Joe. Ela está preocupada com você.
— Preciso conversar com Demetria... — ele diz, ainda com a voz muito fraca. — Em particular.
Josh, Frankie e a Sra. Fuentes saem do quarto. E, assim, temos um pouco de privacidade.
Joe tenta mudar de posição, mas se encolhe de dor, e desiste.— Quero que você vá embora — diz, me fitando nos olhos.
— Você não pode estar falando sério — respondo, tomando sua mão. — Não pode!
— Mas estou. — Ele retira a mão, como se esse simples contato comigo o queimasse.
— Joe, nós vamos superar tudo isso e seguir em frente. Eu amo você.
Ele desvia lentamente o rosto e olha para o chão. Então engole em seco e limpa a garganta:
— Transei com você por causa de uma aposta, sabe? — ele diz, num tom ainda muito baixo, mas as palavras são claras. — Aquilo não significou nada para mim. Você não significa nada para mim, Demetria.
Eu recuo, atônita, enquanto as palavras cruéis de Joe penetram fundo em minha mente.
— Não — eu murmuro.
— Você e eu... Tudo não passou de um jogo. Apostei com Lucky que seria capaz de foder com você, antes do Dia de Ação de Graças. Lucky apostou seu carro, um RX7 e eu apostei minha moto, o Julio.
Quando Joe usa a palavra “foder” para falar do nosso ato de amor, eu me encolho, como se atingida por um duro golpe. Se ele chamasse apenas de “sexo”, já seria o bastante para me matar de amargura. Mas chamar de “foda”... é algo que faz meu estômago revirar. Deixo minhas mãos caírem ao longo do corpo. Quero que Joe retire o que disse.
— Você está mentindo.
Ele volta a me fitar. Oh, Deus... Não há emoção alguma nesses olhos que agora parecem de aço, tão frios e letais, como as palavras.
— Se você acha que aquilo que aconteceu entre nós foi pra valer... Então você é mesmo patética.
Eu meneio a cabeça, violentamente, num obstinado gesto de negação.
— Não me ofenda, Joe. Não quero me sentir magoada. Não por você. Não agora. — Meus lábios tremem, enquanto faço uma súplica silenciosa: Por favor!
Ele não responde e eu recuo mais um passo, quase tropeçando, enquanto penso sobre mim mesma, sobre a Demetria verdadeira, real, que somente Joe conhece.
— Eu confiei em você — digo, num sussurro, como se pedisse um pouco de compaixão.
— Quem confundiu as coisas foi você... E não eu.
Joe toca o ombro esquerdo e estremece de dor. No instante seguinte, seus amigos irrompem no quarto. Devem ser seis, ou mais. Eles o cumprimentam, desejam melhoras, oferecem apoio e simpatia enquanto permaneço imóvel, a um canto, totalmente ignorada.
— Como foi aquela história da aposta? — pergunto, elevando a voz sobre a agitação geral.
Todos me olham. Até mesmo Joe. Miley dá um passo na minha direção, mas eu a faço parar, com um gesto.
— É verdade? Joe apostou que conseguiria fazer sexo comigo? — pergunto, usando a palavra “sexo” e não “foda”, como Joe fez... Pois minha mente ainda se recusa a acreditar em suas palavras cruéis. Não. Não pode ser verdade.
Todos os olhares agora se voltam para Joe. Mas os olhos de Joe estão fixos nos meus.
— Podem contar — Joe ordena.
Um rapaz chamado Sam ergue a cabeça:
— Bem... Hum... Sim. Joe ganhou o RX-7 de Lucky.
Começo a me afastar, de costas, até a porta, tentando manter a cabeça erguida. Joe me olha, com uma expressão dura, impassível.
Com um nó na garganta, digo:
— Parabéns... Você venceu. Espero que goste do seu novo carro.
Quando alcanço a maçaneta e abro a porta, o olhar frio de Joe se transforma em alívio. Saio do quarto, devagar. Já no corredor, escuto Miley me seguindo... E começo a correr. Quero fugir dela, desse hospital, de Joe. Quero deixar tudo para trás. Infelizmente, não posso fugir do meu coração... Que dói, no recanto mais profundo do meu ser. De uma coisa tenho certeza: nunca mais serei a mesma Demetria. Nunca mais.

~*~

Eu chorei revisando o chapter '-' qual é o meu problema? haha

Comentem, amores! <3

Answer:

Demetria Devone Lovato: Sim, a escola só atrapalha kkkkk Exato!! Tem algo no Wilmer que não me agrada... Queria que a Demi se casasse com o Joe, ou Nick ou Logan, porque eles são perfeitos pra ela, sei lá... Wilmer tem cara de pedófilo/tarado/ator de filme pornô mexicano. u_u hahahah

Um comentário:

  1. Eu também estou quase chorando, tadinha da Demi
    AMEI
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    Beijos


    "Wilmer tem cara de pedófilo/tarado/ator de filme pornô mexicano." kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk tem mesmo

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